Kings Canyon & Sequoia
California, EUA
5 dias - set/2016

Os Parques

O Kings Canyon é um parque nacional norte americano localizado na Califórnia, na parte sul da Sierra Nevada. Possui 187 mil hectares e recebe cerca de 500 mil visitantes por ano. Seu território abrange altitudes desde 410 metros até 4.421 metros de altitude. O ponto mais alto do parque corresponde ao Mount Whitney, ponto culminante não só do parque, mas de todo o território contínuo dos Estados Unidos. Além do Mount Whitney, outra formação geológica de destaque é o cânion que dá nome ao parque. Com cerca de 2.100m de profundidade, o Kings Canyon é um dos maiores daquele país.

Terceiro dia no Rae Lakes Loop, após descida do Glen Pass. Em destaque, o Charlotte Dome.
Terceiro dia no Rae Lakes Loop, após descida do Glen Pass. Em destaque, o Charlotte Dome.
Foto: Alexandre Ciancio

Imediatamente ao lado do Kings Canyon, está localizado o Sequoia National Park, com 163 mil hectares e cerca de 900 mil visitantes ao ano. Esse é o segundo mais antigo parque norte americano. Foi inaugurado em 1890, 18 anos após o estabelecimento do Yellowstone. A maior atração deste parque, naturalmente, são as sequoias gigantes. O parque abriga as maiores sequoias do mundo, incluindo a maior delas: a General Sherman, com 275 metros de altura, 30 metros de circunferência e cerca de 2.000 anos de idade. Estes parques possuem mais de 1300 Km de trilhas para serem exploradas, incluindo John Muir Trail, que liga o Mount Whitney ao Yosemite Valley, também na Sierra Nevada.

Planejamento

Veado avistado poucos minutos depois que acessamos a John Muir Trail
Veado avistado poucos minutos depois que acessamos a John Muir Trail
Foto: Alexandre Ciancio

Após conhecer as belezas do Kings Canyon e Sequoia, poderíamos facilmente recomendar estes dois destinos para qualquer outra pessoa. No entanto, a nossa opção por estes parques não foi feita de forma imediata. Muito pelo contrário. Planejávamos visitar o Zion National Park (Utah) em outubro de 2016 e decidimos incluir uma visita a algum outro parque nacional na mesma viagem aos Estados Unidos. Inicialmente, pensamos no Yellowstone (Wyoming). Entretanto, a época de visitação do Zion (outubro) seria tarde demais para encaixar uma visita ao Yellowstone. Decidimos então fazer uma escolha mais lógica e visitar algum outro parque na região próxima ao Zion. Nosso "plano B" passou a ser o Grand Canyon (Arizona).

O Grand Canyon, entretanto, é o segundo parque nacional mais visitado nos Estados Unidos. Com mais de 5 milhões de visitantes ao ano, não seria fácil conseguir os permits para as caminhadas que gostaríamos de realizar. Em abril de 2016 enviamos nossa inscrição para o sorteio de permits. No mês seguinte, recebíamos o e-mail nos informando que não fomos contemplados. Precisaríamos então em pensar em um "plano C". Após mais algumas pesquisas, decidimos finalmente partir para o Kings Canyon e Sequoia.

Acampando no Arrowhead Lake, segundo dia do Rae Lakes Loop
Acampando no Arrowhead Lake, segundo dia do Rae Lakes Loop
Foto: Alexandre Ciancio

Apesar de ter sido uma escolha tardia, alguns fatores fizeram a opção por estes parques se mostrar muito positiva. Em primeiro lugar, os atrativos naturais. Ambos os parques são belíssimos e merecem ser conhecidos. Depois, a época da visitação. A visita foi feita no período de 28/09 até 03/10, quando o número de visitantes já está bem mais reduzido do que no meio do ano. O parque mais vazio, por si só, já seria uma grande vantagem. Mas sobretudo, isto significa que não havia mais limitação ao número de visitantes, o que nos possibilitou conseguir os permits para a área selvagem sem qualquer problema. Para melhorar as coisas, o outono se mostrou uma estação extremamente agradável para visita, por conta das temperaturas amenas e, principalmente, das cores características da vegetação.

O ponto negativo ficou por conta do deslocamento do aeroporto para o parque. A cidade de San Francisco seria um bom ponto de desembarque para quem pretende visitar a Sierra Nevada. Porém, nesta altura do planejamento, já havíamos comprado nossas passagens aéreas para Las Vegas, escolha natural para quem vai visitar o Zion National Park. Isso nos obrigou a dirigir 700 Km de Las Vegas até o Kings Canyon e depois, mais de 900 Km do Kings Canyon até o Zion. Felizmente, todas as estradas são de excelente qualidade, deixando a direção um pouco menos penosa.

Final de tarde no Arrowhead Lake
Final de tarde no Arrowhead Lake
Foto: Alexandre Ciancio

Para quem planeja uma visita ao Kings Canyon e Sequoia, um bom ponto de partida é navegar pelo site oficial do parque mantido pelo National Park Service. Os mapas topográficos da National Geographic também são excelentes aliados no planejamento. Porém, não é fácil adquiri-los no Brasil. No nosso caso, imprimimos nossas cartas utilizando este excelente site: Caltopo. Sem dúvida, foi uma das melhores ferramentas para impressão de cartas topográficas online que eu já vi. Para obter tracklogs do percurso que caminhamos, acessamos blogs de outros viajantes e o Wikiloc. Na sessão de downloads desse artigo, disponibilizei os tracklogs que gravamos e também as cartas topográficas que foram utilizadas.

Estes parques são habitat de ursos pretos. Por isso, é importante conhecer as normas e recomendações de conduta exigidas para a visitação, em especial à parte selvagem (wilderness areas). Uma das preocupações adicionais é a necessidade de utilização de bear canisters. Eles podem ser alugados dentro do próprio parque. No artigo que escrevi sobre a visita ao Yosemite explico com maiores detalhes estas recomendações e conto como foi essa primeira experiência com os ursos.

Roteiro

No Kings Canyon realizamos um circuito bastante famoso no parque, chamado Rae Lakes Loop. Ele é realizado tradicionalmente em quatro dias, configuração que adotamos em nossa viagem. As fotografias deste percurso que vi na Internet influenciaram fortemente na escolha do Kings Canyon como destino. A trilha passa por rios e cachoeiras de água cor de esmeralda, florestas de grandes coníferas, pradarias, lagos paradisíacos e relevos rochosos potencialmente cobertos de neve. Uma grande variedade de formações geológicas, com visuais de tirar o fôlego.

A parede de quase 200 metros de altura do Glen Pass se apresenta à nossa frente na metade do terceiro dia no Rae Lakes Loop
A parede de quase 200 metros de altura do Glen Pass se apresenta à nossa frente na metade do terceiro dia no Rae Lakes Loop

A caminhada começa num ponto denominado Roads End, na região do Cedar Grove. Fizemos o percurso no sentido horário, ganhando elevação progressivamente ao longo dos três primeiros dias. O terceiro dia é marcado pela colossal subida ao Glen Pass, ponto mais alto do circuito. O restante deste dia, bem como o quarto e último dia são de grande perda de elevação, até o retorno a Roads End. Para quem planeja realizar este roteiro, vale observar que os primeiros 4 Km de caminhada são realizados em uma trilha que corre paralela a outra trilha, a qual poderá ser utilizada no retorno. Assim, não se repete nenhum trecho do circuito, e se conhece ambas as opções que são muito bonitas.

Dia 1) Voo Rio → Las Vegas

Partimos no final da manhã do dia 26 de setembro em um voo da Copa Airlines com destino à Las Vegas. Tempo total de voo: 14 horas, fora uma escala de 1 hora na cidade do Panamá. Chegamos em Las Vegas às 23:00 do dia 26. Ao chegar no aeroporto de Las Vegas, tivemos duas surpresas. Primeiro com relação à alfândega. Na viagem ao Yosemite passamos por uma inspeção rigorosa em San Francisco. Foi preciso abrir as mochilas, expor todo o equipamento de montanhismo e alguns alimentos liofilizados acabaram ficaram retidos por conter carne dentre os ingredientes. Já ao chegar em Las Vegas, não houve qualquer questionamento sobre nossa carga. Passamos sem qualquer dificuldade pela imigração e alfândega.

Curtindo a noite estrelada no Arrowhead Lake
Curtindo a noite estrelada no Arrowhead Lake
Foto: Alexandre Ciancio

A outra surpresa foi encontrar o aeroporto de Las Vegas super vazio. Sendo Las Vegas uma cidade turística internacionalmente conhecida pelos cassinos e diversidade de entretenimento, esperávamos não ter qualquer dificuldade em conseguir transporte do aeroporto para o hotel, mesmo as onze da noite. No entanto, não haviam táxis nem ônibus disponíveis. Em teoria, nosso hotel ofereceria transporte gratuito, mas não conseguimos contato com eles ao chegar. Por sorte, dentre alguns stands de operadoras de shuttle particulares, conseguimos um aberto para nos levar até o hotel. Ficamos hospedados no Silverton. Nosso quarto era bastante confortável, mas o restaurante não era bom e a localização do hotel, afastado da Strip, dificultava a alimentação.

Dia 2) Las Vegas

Planejamos para este dia descansar da viagem aérea, alugar o carro, comprar equipamentos e alimentos que não podem ser transportados no avião. Alugamos o carro na Dollar, sendo que a reserva já havia sido feita ainda no Brasil, 2 meses antes. Já com carro alugado, partimos para as compras na loja REI de Henderson. Para agilizar o processo e não correr o risco de não encontrar algum item importante, fizemos algumas compras já no Brasil, com a opção de "retirar na loja". Compramos alguns alimentos nos arredores e retornamos para o hotel para organizar as cargueiras para pegar a estrada no dia seguinte.

Dia 3) Las Vegas → Kings Canyon

Trecho da Kings Canyon Scenic Byway
Trecho da Kings Canyon Scenic Byway
Foto: Alexandre Ciancio

Dia de encarar 700 Km de estrada até o Kings Canyon National Park, na Califórnia. Os pontos mais marcantes da viagem foram os campos de Nevada, repletos de aerogeradores e, obviamente, o visual da estrada, na chegada ao parque. A Kings Canyon Scenic Byway é uma estrada estreita e sinuosa que, de um lado, possui paredões rochosos colados a faixa de rolagem e, do outro, o gigantesco canyon que dá nome ao parque. Um lugar de beleza única. Chegamos no Sentinel Campground pouco depois das 16:00. Os bear canisters já haviam sido alugados pelos nossos amigos que chegaram no parque um pouco mais cedo.

O Sentinel Campground é uma ampla área de acampamento com 82 campsites. A partir de 17 de agosto, não é mais exigida reserva com antecedência. Isso facilita muito o planejamento da viagem, mas sempre dá aquela ansiedade por não ter certeza se encontraremos vaga. O acampamento estava com algum movimento, mas conseguimos nos instalar em um bom campsite sem grande dificuldade. A taxa de pernoite foi paga na hora, depositando-se um envelope com dinheiro numa caixinha coletora no próprio campground. Não há chuveiro nem alimentação no local. Mas no Cedar Grove Village, a apenas 300 metros dali, existem chuveiros pagos, um mini mercado e lanchonete.

Dia 4) Roads End → Upper Paradise Valley

Poço de água esverdeada e cristalina no início do Rae Lakes Loop
Poço de água esverdeada e cristalina no início do Rae Lakes Loop

A localização do Sentinel Campground é excelente para quem quer percorrer o Rae Lakes Loop. Dirigindo mais 9 Km pela Scenic Byway, chegamos ao Roads End. Lá existe uma permit station e uma boa área de estacionamento com bear lockers. Nesta época, não há limite de quantidade de visitantes, mas isso não significa que não existe necessidade de permits. Preenchemos nossos dados no formulário e depositamos na permit station (que estava sem guarda-parques naquele momento). Depois, armazenamos no bear locker todos os alimentos que não precisaríamos no percurso e estávamos prontos para iniciar a caminhada.

Conífera a caminho do Upper Paradise
Conífera a caminho do Upper Paradise
Foto: Alexandre Ciancio

Pela primeira vez, meu aparelho GPS me deixou na mão. Tentei ligá-lo na boca da trilha e ele simplesmente não respondia. Pilhas trocadas e nada. Felizmente meu amigo estava com um outro aparelho que nos auxiliou. A orientação no trajeto não é complicada, mas neste momento, ainda não sabíamos o quê iríamos encontrar. Com mais de 16 Km de percurso e um ganho de elevação acumulado de mais de 1.100 metros, o primeiro dia de caminhada não é exatamente um dia fácil. Entretanto, me lembro da sensação de termos chegado mais cedo do que esperávamos no Upper Paradise Valley, nosso ponto de pernoite.

O destaque deste trecho ficou por conta da beleza dos córregos e cachoeiras, de água excepcionalmente transparente, com cor de esmeralda. As cores do outono nas pradarias e os bosques de coníferas gigantes também marcaram presença. Chegamos no acampamento em torno das 15:00, a tempo de tomar um banho no rio bem ao lado. Para fechar o dia em grande estilo, durante a preparação do jantar tivemos a visita de dois ursos pretos. Parecia uma dupla bem jovial e curiosa. Apareceram a uns 30 metros das nossas barracas, provavelmente atraídos pelo cheiro da refeição. Seguindo o protocolo, expulsamos rapidamente os animais, sem ter chance de fotografá-los. O registro deste encontro especial ficou apenas nas nossas memórias.

Dia 5) Upper Paradise → Arrowhead Lake

Arrowhead Lake: nosso segundo ponto de pernoite no circuito
Arrowhead Lake: nosso segundo ponto de pernoite no circuito
Foto: Alexandre Ciancio

Para minha surpresa, meu GPS voltou misteriosamente a funcionar e pude utilizá-lo para registrar o restante do percurso. O segundo dia de caminhada foi mais um trecho de ganho de elevação. Mais de 1.300 m acumulados progressivamente em 16,5 Km de caminhada. Iniciamos a trilha às 8:15, temperatura em torno dos 5°C. Ao longo do dia nosso cenário começou a mudar progressivamente, com a menor presença de florestas densas e mais pradarias. Durante todo o percurso nos acompanhou o visual de montanhas imponentes no horizonte.

Talvez a parte mais bonita deste dia tenham sido os quilômetros finais, quando começamos a nos aproximar da região dos lagos, trecho que faz parte da famosa John Muir Trail. Ao encontrarmos o Dollar Lake, pensamos em ficar por ali mesmo. Prosseguimos mais 1 Km, até alcançar a margem do Arrowhead Lake, onde montamos o nosso acampamento. O lago é lindo, totalmente rodeado de belíssimas montanhas. Finalizamos a caminhada às 15:45. Diferentemente do primeiro dia, terminei o trajeto bastante desgastado fisicamente. Foi difícil reunir energias para preparar o jantar. Nosso acampamento ficou numa área sombreada e o vento frio estava constantemente. Mesmo estando ao lado do lago, ninguém se animou para um banho.

Dia 6) Arrowhead Lake → Junction Meadow

Coiote anda pelas marges dos Rae Lakes
Coiote anda pelas marges dos Rae Lakes
Foto: Alexandre Ciancio

Nosso terceiro dia de caminhada com certeza foi o mais marcante, tanto pelas belezas naturais quanto pelos desafios. Dois dias atrás saímos da Roads End aos 1.500 metros de altitude. Dormimos no Upper Paradise Valley com 2.100 metros. Na noite anterior dormimos aos 3.150 metros e hoje atingiremos o ponto mais alto, com mais de 3.600 metros. A caminhada começou às 8:40, com temperatura de 0°C. Apesar do frio, estávamos muito entusiasmados com o visual. Nos próximos quilômetros a trilha deixa o Arrowhead Lake e segue margeando os Rae Lakes. Não é a toa que estes três lagos irmãos dão nome ao circuito. Eles são lindos demais. o dia estava muito bonito, o que só colaborou para a beleza do local. Para nos animar ainda mais, entre o segundo e terceiro lago encontramos um coiote que nos presenteou com belas fotografias.

Caminhando às margens dos Rae Lakes
Caminhando às margens dos Rae Lakes
Foto: Alexandre Ciancio

A trilha deixa as margens do terceiro lago e começa a ganhar altitude com vontade. Trocamos o visual às margens pelo visual aéreo, cada vez nos possibilitando contemplar os lagos de forma mais abrangente. Não demora muito para nossa atenção começar a se voltar para a muralha de pedras que vai se apresentando em nossa frente. No início, custamos a acreditar, mas aquele era o Glen Pass, ponto mais alto, e precisaríamos vencer essa barreira para continuar. Me aproximei da base do paredão para respirar e fazer um rápido lanche. Dali para frente foi um pé atrás do outro, em ritmo lento e constante, vencendo o zig zag infinito, cheio de cascalho instável, até alcançar o colo da montanha. Chegamos no topo com grande alegria. O visual se perdia no horizonte, montanhas por todos os lados, e o remanescente de alguns lagos de degelo.

Vencendo o Glen Pass
Vencendo o Glen Pass
Foto: Alexandre Ciancio

Sabíamos que havíamos passado da parte mais difícil do percurso e nos sentíamos realizados. Apesar disso, ainda precisaríamos descer mais de 1000 metros de elevação até chegar no nosso próximo ponto de pernoite. Nosso plano era acampar no Vidette Meadown. Ao contrário dos pontos de acampamento anteriores, quando alcançamos a região indicada no GPS, não encontramos sinais de que estávamos no local correto. Decidimos avançar mais a procura de uma indicação mais clara. No entanto, a indicação não veio e o terreno não favorecia a parada. Acabamos esticando o dia até o Junction Meadow. Chegamos às 16:15. Diferentemente das noites anteriores, lá encontramos um maior número de visitantes. Fazia bastante frio à noite. Nos apressamos para preparar o jantar e nos abrigar em nossas barracas.

Dia 7) Junction Meadow → Roads End

Últimos quilômetros do circuito Rae Lakes
Últimos quilômetros do circuito Rae Lakes
Foto: Alexandre Ciancio

No nosso quarto e último dia de circuito acordamos com temperatura de -2°C. Foi a noite mais fria que passamos no circuito. Iniciamos a caminhada às 8:30, pisando sobre a grama congelada e ainda vestindo roupas mais pesadas. Ainda próximo da área de acampamento, fezes de urso na trilha indicavam que os animais não estavam distantes dali. Seguimos a caminhada num ritmo bom, curtindo os últimos momentos na parte selvagem do parque. A trilha continua em descida constante, e perdemos ainda mais 1000 metros de altitude até chegarmos no fundo do mesmo vale por onde iniciamos a caminhada. Ali optamos por tomar uma trilha paralela a utilizada no início do circuito.

Talvez a parte mais marcante desse dia tenham sido esses 4 quilômetros finais, quando caminhávamos em um terreno bem plano e relativamente aberto, ladeado por imponentes montanhas em ambos os lados. Embora seja a mesma região por onde já havíamos passado, ali as árvores pareciam mais esparsas, facilitando a visualização do corredor de montanhas. Estávamos de volta na Roads End às 14:00, muito felizes com a conquista. Apesar de naquela época do ano não haver funcionários na permit station do local, existe um portinhola por onde pudemos depositar os bear canisters que foram utilizados. Retornamos então ao Sentinel Campground para mais uma noite antes de partirmos para o Sequoia.

Dia 8) Sequoia

O público fotografa, aos pés da General Sherman Tree
O público fotografa, aos pés da General Sherman Tree

Após quatro dias intensos de circuito, estávamos animados com a ideia de ter um dia mais tranquilo, visitando esse grande ícone dos parques norte americanos: as sequoias gigantes. Na viagem ao Yosemite, tive o prazer de conhecer o Mariposa Grove, onde tive meu primeiro contato com essas árvores incríveis. Lá conheci a Grizzly Giant, um dos mais notáveis espécimes do parque, e agora estava ansioso para conhecer a majestosa General Grant, tida como a maior da sua espécie. A visita ao Mariposa Grove foi ótima, mas creio que o Sequoia seja ainda mais impactante.

O Giant Forest Museum com uma sequoia no seu jardim
O Giant Forest Museum com uma sequoia no seu jardim

O dia começou muito bem ainda na Kings Canyon Scenic Byway, com visuais fantásticos do Kings Canyon. Deixamos essa estrada e tomamos a Generals Highway, em direção ao Sequoia National Park. Nessa nova estrada o visual muda para uma densa floresta de coníferas, onde em algum momentos, chegamos a dirigir de fato em meio as sequoias gigantes!

Caminhamos pelo bosque de sequoias e vivenciamos a experiência de estar no meio de criaturas milenares! De certa forma, uma sensação de pequenez à qual estamos acostumados quando subimos as montanhas, mas desta vez, estamos falando de seres vivos! Foi um dia muito agradável, com muito aprendizado. Seguimos a estrada em direção a uma pequena área de acampamento ainda dentro do Sequoia (acho que era a Potwisha), onde fizemos nosso último pernoite antes de partir para o Utah. Bem cedo na manhã seguinte, tomamos a estrada. Essa história continua no relato sobre a nossa visita ao Zion National Park.

Resumo dos dados & downloads

Confira na tabela abaixo a cronologia da viagem e os dados técnicos de cada dia do circuito:

Cronologia da viagem

DataAtividadeDetalhePernoite
26/09vooRio de Janeiro → Panamá → Las VegasSilverton Cassino
27/09Las VegasCompras e organização de equipamentoSilverton Cassino
28/09EstradaLas Vegas para Kings CanyonSentinel Campground
29/09Kings CanyonRLL #1 - Roads End to Upper Paradise ValleyUpper Paradise Valley
30/09Kings CanyonRLL #2 - Upper Paradise Valley to Arrowhead LakeArrowhead Lake
01/10Kings CanyonRLL #3 - Arrowhead Lake to Junction MeadowJunction Meadow
02/10Kings CanyonRLL #4 - Junction Meadow to Roads EndSentinel Campground
03/10SequoiaSequoiaPotwisha Campground
04/10EstradaSequoia para ZionZion
RLL = Rae Lakes Loop

Detalhes do circuito

DataDetalheDistânciaTempoD.M.G.E.AP.E.A
29/09Roads End to Upper Paradise Valley14,11 Km7:001551 m - 2132 m826 m253 m
30/09Upper Paradise Valley to Arrowhead Lake16,34 Km7:302111 m - 3144 m1318 m291 m
01/10Arrowhead Lake to Junction Meadow17,27 Km7:502493 m - 3648 m787 m1446 m
02/10Junction Meadow to Roads End17,84 Km5:301533 m - 2491 m302 m1251 m
D.M. = Desnível máximo do trecho
G.E.A. = Ganho de elevação aculumulado
P.E.A. = Perda de elevação aculumulada

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Por: Ângelo Vimeney
Publicado em: 15/05/2020
Última atualização: 19/05/2020

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